O Sarau do Binho não tem lugar fixo, mas resiste ao tempo e às adversidades como um ato itinerante. É um acontecimento muito especial. Juntam-se ali pessoas para recitar poemas de artistas que gostam ou os próprios autores para interpretar, de um jeito único, os seus textos.
É muito emocionante ver toda aquela poesia brotando, jorrando da periferia, uma arte de altíssimo nível que você nunca imaginaria encontrar ali.
O Binho é um cara muito figura que, nos anos 90, fazia as Postesias, poemas escritos sobre papelão amarrados em postes, numa altura em que as pessoas pudessem ver de dentro do ônibus.
Uma vez um amigo meu, grafiteiro, me chamou para uma ação na ocupação cultural no Campo Limpo, chamada CITA, bem concentrada no teatro, e foi ali, na periferia da zona Sul paulistana, que nasceu a ideia de juntar artistas para compartilhar poemas em voz alta.